Saúde mental e a acupuntura

A maioria das pessoas que falam sobre o suicídio, infelizmente, chega a cometer o ato, muitas vezes precedidas por discretos sinais comportamentais ou verbais. A pessoa em risco de suicídio apresenta ambivalência em querer viver e querer morrer. O comportamento suicida é provável quando há sofrimento intenso, insuportável e, muitas vezes, independentemente de transtornos mentais. Conversar abertamente pode fazer com que a pessoa se sinta acolhida e tenha oportunidade de obter ajuda, o suicídio é um ato de desespero de quem já não encontra alternativas para lidar com a dor. Na Medicina Tradicional Chinesa, as emoções desencadeiam um papel fundamental na gênese das doenças mentais.

O tratamento convencional para transtornos emocionais está baseado na associação de antidepressivos, sedativos e ansiolíticos e, nos casos mais severos, antidepressivos, estabilizantes do humor e ansiolíticos. Em termos farmacológicos os antidepressivos atuam na serotonina, um neurotransmissor, estimulando sua produção ou inibindo sua recaptação na sinapse.

Estudos recentes em relação ao mecanismo de ação da acupuntura demonstram que os locais onde são inseridas as agulhas –  pontos de acupuntura – são ricos em terminações nervosas e células do sistema imune. A estimulação desses locais pela inserção da agulha, via mecanismo bioquímico e nervoso, aumenta a secreção de neurotransmissores a exemplo das endorfinas e da serotonina, da noradrenalina e da dopamina. Desse modo, a acupuntura se configura como um meio fisiológico de se estimular a liberação dessas substâncias sem a presença dos sintomas colaterais atribuídos aos medicamentos.

Na acupuntura, não tratamos doenças isoladas, mas sim os padrões que englobam vários sinais e sintomas. Os órgãos (Zang Fu) ganham assim uma “personalidade”, uma instância emocional, uma individualidade dentro da multiplicidade, com características da sua própria Função Fisiológica.


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