Saúde e prevenção

No fim da semana passada, foram divulgados os resultados de um estudo de pesquisadores italianos acerca dos benefícios da vitamina D, especificamente como resposta à infecção respiratória causada pelo novo coronavírus. Não se trata de uma cura para a enfermidade ou algum tipo de imunização. Contudo, a pesquisa sugere que a vitamina D pode ajudar a reduzir o risco de a infecção se agravar, sendo útil tanto para quem não foi contaminado como para pacientes em tratamento.

Cientistas de diversas áreas têm pesquisado formas de combater a Covid-19. As iniciativas passam pelo experimento para criação de vacinas; pelo teste de drogas já conhecidas em pessoas internadas em estado grave, para reverter complicações das manifestações mais agressivas da doença; até a busca por respostas acerca do que pode fortalecer o organismo humano, para que seja menos vulnerável à ameaça do vírus.

O que se tem proposto a respeito da vitamina D figura no último grupo de iniciativas. Seus efeitos não são tão abrangentes ou milagrosos como se desejaria que fossem. Contudo, a recomendação é, de longe, mais segura e acessível. Alguns alimentos servem como fontes de vitamina D, mas é a exposição ao Sol que proporciona de 80% a 90% da vitamina que o corpo recebe. Ficar ao Sol, sem excessos e tomando cuidados com a pele, garantem tal suprimento.

A prática, como se vê, passa ao largo do comportamento imprudente da automedicação, ao qual algumas pessoas recorreram, após serem divulgados resultados positivos da administração de cloroquina e outros remédios em pacientes com Covid-19. Neste caso, especialistas têm alertado para os efeitos colaterais destas substâncias, da necessidade de avaliação clínica profunda do paciente e de profissionais com o conhecimento necessário para definir seu uso.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) tem apelado a todos para que atentem à necessidade de fortalecer seu sistema imunológico, a partir da adoção de dietas saudáveis. A prática, recomenda o organismo internacional, deve se aliar à adoção do hábito de evitar desperdícios, pois são formas de mitigar os efeitos da pandemia de Covid-19 na segurança alimentar e nutrição no mundo todo.

A FAO recomenda equilíbrio no uso de alimentos industrializados e não perecíveis, incentivando o consumo de frutas e legumes. Cinco porções por dia são o ideal, de acordo com a entidade. "Eles contêm muitas vitaminas A e C, além de antioxidantes, que ajudarão a combater infecções. Coma legumes pelo menos três vezes por semana: são conservados por um longo tempo, são baratos e ajudarão a mantê-lo saudável, porque são ricos em proteínas e ferro", diz o documento da FAO com "dicas de uma alimentação saudável para enfrentar a crise da Covid-19".

Fortalecer o sistema imunológico é uma recomendação dos especialistas para evitar doenças e melhorar a resposta do organismo a infecções. Não se trata de uma equação simples e inequívoca, mas a ciência reconhece sua eficácia e importância. Diante da pandemia do novo coronavírus, medidas nesse sentido podem não apenas ajudar a contornar casos mais graves da Covid-19, como evitar que se adoeça em tempos de sobrecarga nos sistemas de saúde.