Reverenciando Virgílio Távora

O Ceará relembra, com profunda saudade, o centenário de Virgílio Távora, líder político de evidência nacional, a quem o Estado, o Nordeste e o Brasil devem assinalados serviços, ao longo de brilhante vida pública.

Se, no País, ele se alçou à condição de Ministro da Viação, durante o regime parlamentarista, no Ceará, foi dos mais proficientes chefes do Executivo, buscando através de um pacto, congraçar forças para que mais se impulsionasse o crescimento de nossa Unidade Federada.

Com a merecida ascensão ao comando do Governo, numa fase de turbulências políticas, ele se portou com dignidade, sem desvirtuar a sua irrepreensível conduta cívica, sobrepondo-se a injunções equivocadas, dos que não acompanhavam o labor do sobrinho do Marechal Juarez Távora.

Ao tempo de sua gestão, coube-me a chefia do Poder Legislativo, quando transformamos a “União pelo Ceará” em algo que pudesse identificar as maiores correntes partidárias, em prol do ideal de fomentar a paz interna, ensejando progresso econômico-financeiro, que delineou o equilíbrio de um plano governamental, projetado com seriedade e perfeccionismo inigualáveis.

Na elaboração da Carta Magna de 88, ambos senadores, conjugamos esforços em torno de iniciativas para a Região, mesmo ele já com a saúde abalada, mas o desejo firme de servir à Pátria não sofria redução, defendendo proposições como a do FNE, já consolidado e até o ano passado tendo aplicado cerca de R$ 300 bilhões.

Ninguém jamais irrogou à sua face increpação de que dera trégua à uma porfia continuada, em favor da expansão de nossas atividades.

Ele foi, sempre, um bravo lidador de causas nobres, que dignificaram trajetória sem mácula, em benefício de sua terra e do País.

E quanto ao seu tradicional “PT saudações”, Ulysses Guimarães traduzia com sapiência: “PT ele diz ao Governo, e saudações atribuo ao povo brasileiro”.