'Quando houver sangue nas ruas'

"Quando houver sangue nas ruas é hora de investir", frase dita há muito tempo pelo Barão de Rothschild, banqueiro judeu radicado na Inglaterra que ficou rico com as guerras napoleônicas financiando as ofensivas e reações militares ao célebre Imperador francês. Enquanto meio mundo morria, ficava inválido ou mutilado nos campos de batalha, bem como países e povos eram subjugados, pilhados e saqueados, espalhando miséria, pobreza e fome pela Europa, Rothschild e sua família ficavam cada vez mais ricos. Para ele, quanto mais tempo durasse a guerra, melhor. A paz, tão almejada por todos, lhe era sinônimo de prejuízo.

Quando a Inglaterra e seus aliados venceram Napoleão em Waterloo, mandando este para o seu exílio definitivo na ilha de Santa Helena, em 1815, os Rothschild já haviam se tornado a família de banqueiros mais rica do mundo como ainda hoje o são.

Ao que parece, em tempos de novo coronavírus, os chineses estão levando muito a sério a velha lição do Barão de Rothschild, tirando o maior proveito possível da situação trágica mundial, seja por uma contingência do destino, seja propositalmente como dizem algumas más línguas. O fato é que o velho Dragão Chinês já parte para cima das maiores economias mundiais, as quais começam a se desmanchar pelos efeitos da pandemia, incluindo os Estados Unidos.

Assim, com a bolsa cheia e numa onda devastadora de perspectivas e profundamente negativa acerca do futuro da economia, "os chineses vão às compras" e muitas empresas estratégicas e chaves poderão ser compradas a "preço de banana" como se diz aqui no Brasil, fora outros tipos de ofensivas para domínio da economia global.

Desta feita, provavelmente, salvo algum evento de caráter extraordinário, a China emergirá desta crise como a maior potência do planeta, desbancando os americanos. Na verdade, nem a Covid-19 conseguiu abalar a onda avassaladora de crescimento econômico chinês.

Júlio Rangel

Sociólogo


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