Qual o caminho?

No momento atual, fatores como a globalização perversa; a busca do poder pelo poder, não respeitando os princípios éticos; o fundamentalismo religioso; o corporativismo autoritário; o capitalismo selvagem; os estelionatos eleitorais e administrativos; dentre outros, estão conduzindo nações ricas, emergentes e pobres para uma crise que abrange aspectos morais, de desesperança, de injustiça, de violência, etc. Para onde vamos? O que queremos? Eis as grandes questões. 

Se o avanço científico e tecnológico, para certos segmentos da humanidade proporciona melhores condições de vida, para outros não acontece o mesmo. Não somos contra o progresso, todavia não concordamos quando, em consequência, ocorre uma expansão no número de pessoas excluídas e oprimidas. Tais inquietações nos lembram Santo Tomás de Aquino: “Há homens cuja fraqueza de inteligência não lhes permite ir além das coisas corpóreas”. Precisamos pensar no futuro. A crise mundial é consequência do aumento do pragmatismo e da redução das verdadeiras correntes de pensamento filosófico. Não obstante as diferenças culturais dos povos, existem características básicas que devem ser comuns: a justiça, a perspectiva de mobilidade social, a soberania popular, evidenciada por convicções democráticas e não por forças autoritárias; também a busca permanente da paz. Nunca procuremos a subserviência para alcançarmos uma pseudofelicidade, mas sim a inquietação sincera como forma de chegar à liberdade. 

Concordamos que o Estado Democrático de Direito está esgotado. Na verdade, muitas vezes é injusto, pois permite privilégios. Antes que voltem os defensores de regimes totalitários, é importante que se coloque nas agendas de debates, em fóruns nacionais e internacionais, a criação do Estado Democrático de Justiça. Conforme disse o papa João XXIII, “aonde quer que vás, leva o teu coração”. 


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