Quadratura do círculo no Crato

Pedro Felício Cavalcanti (1905 - 1991), ipuense, viveu com familiares a juventude no Crato, tendo estudado em Fortaleza. Nesta Capital, realizou o Curso de Técnico em Contabilidade na antiga Escola Fênix Caixeiral, depois retornando à terra do Padre Cícero.

Professor, contador e poeta, fundou e gerenciou o Banco Caixeiral, dirigiu a Associação Comercial, foi o idealizador e instituidor do Colégio Municipal e das Faculdade de Ciências Econômicas e Faculdade de Direito.

Eleito e reeleito, exerceu o cargo de prefeito durante dois mandatos (1963 a 1966 e 1973 a 1976), fazendo-se reconhecido, até a atualidade, devido às destacadas obras públicas construídas em suas gestões.

Além de verdadeiro lutador pela implantação da Universidade Regional do Cariri (Urca), os moradores também lembram benfeitorias como a eletrificação rural, o Mercado Central, a Quadra do Bicentenário, a reforma da Praça da Sé, as construções do Obelisco e do Parque de Exposição Agropecuária, afora outros empreendimentos sócioeconômico-culturais.

Pedro Felício era gentil, simples, altamente metódico e conservador. Certa feita, caminhando inadvertidamente por uma das calçadas da cidade, pisou numa casca de banana, sofrendo desastrada queda e luxações. Desde então, jamais usou os passeios, deslocava-se exclusivamente pelo meio das ruas.

O neto, advogado José Kleber Callou Filho, narra que o avô conversava com os cratenses Paulo Helder, Ariosvaldo Carvalho, Eron Pinheiro, Zé Albani Maia e outras pessoas, quando Paulo perguntou: "Seu Pedro, qual o motivo de as obras que o senhor constrói serem, quase todas, circulares? Como o formato da Rodoviária, das lavanderias e outras?".

Resposta imediata e deveras desconcertante. "Paulo, é porque no Crato ainda existe gente muito quadrada!".

No caminho de casa, Kléber indagou o porquê do respostar, e Pedro deu somente uma risada.


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