Proteção aos animais

De proteção precisam os animais ditos irracionais. Proteção da lei e de órgãos públicos voltados para este fim. Mas não só o texto frio da lei e a ação de órgãos de proteção aos animais são suficientes para garantir a segurança e o direito à vida das muitas espécies ameaçadas e sofrendo maus-tratos e abandono.

O exemplo de São Francisco de Assis, patrono do meio ambiente, no seu imensurável amor por todos os seres, a quem chamava de irmãos, não só a estes, mas aos próprios astros – irmã Lua, irmão Sol, irmã Terra – bastaria para cultivar nos corações a visão universal do amor. 

Do amor ao próximo, incluindo a Mãe-Natureza e os seus filhos. Mas, infelizmente, nem todos têm a sensibilidade de São Francisco e atacam e matam o semelhante, quanto mais não farão aos dessemelhantes? Se nem as crianças escapam da violência, nas suas múltiplas formas, nem as mulheres, nem os idosos, nem os deficientes físicos, como se há de esperar tratamento humano para cães e gatos e similares? Se a sociedade é construída sobre o alicerce da violência e do individualismo, como se há de valorizar o amor à vida, a ideia de comunhão e de participação? 

Só uma visão humanista será capaz de refrear no homem o ímpeto de tudo dominar, sob o pretexto de ser superior a tudo e a todos. Mas os maus sentimentos (ou até a falta de sentimentos) podem ceder lugar aos bons sentimentos – à ternura, ao carinho, à compaixão por todo ser vivente. 
E o meio de mudar a aridez dos corações, a indiferença pelo outro e pelos outros, é pela educação. Pela educação valorativa das artes, da literatura, da poesia, da cultura e do meio ambiente. 

Para tanto, é preciso mudar os paradigmas: pregar a paz em vez da violência; a solidariedade no lugar do individualismo; o amor à vida, em vez da exaltação da morte. O desarmamento dos espíritos em vez da apologia das armas letais.


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