Prof. Ari : 100 anos

Para quem conheceu o professor Ari de Sá Cavalcante não é nada lá muito difícil falar sobre ele, principalmente se formos traçar seu perfil. O Dr. Ari sempre foi muito discreto e irradiava um halo de seriedade, misturado com momentos de descontração, onde apareciam chistes e considerações inteligentes que, algumas vezes, causavam momentos de reflexão e outras arrancavam gostosas gargalhadas dos circunstantes.

Ele era o exemplo do comedimento e deu provas disso, ainda na juventude quando, para não gastar energia elétrica em sua casa, passou a estudar a luz dos postes da Praça dos Leões. Sabia ele do esforço de seu pai para manter a família. Como administrador, colocou a Faculdade de Economia da UFC no mapa das instituições sérias e zelosas na aprendizagem de seus alunos.

Porém, uma coisa se destacava nas ações do professor Ari: o seu alto grau de ética. Praticava a ética como uma religião e acreditava na palavra bem posta no meio da frase, no respeito pelo próximo, e nas atitudes políticas.

Nada existia em sua vida se não fosse à prática da ética. Talvez aí esteja o maior de seu legado, pois ele nos deixou muito cedo. Quando partiu para a eternidade, deixou um grande exemplo de seriedade no trato das coisas públicas. Paralelamente, Dr. Ari fincou um norte na nossa frente para tratarmos de nossas vidas e das dos outros com respeito e aprumo, pois só assim poderíamos comemorar uma vida de razões positivas e notáveis.

Estamos hoje reverenciando o Centenário do professor Ari e muito mais do que isso, estamos genuflexos agradecendo a Deus pela teimosia do ilustre mestre em salvaguardar o que muita gente vez por outra esquece ou faz questão de esquecer: a prática da ética em toda extensão e esplendor.

Paulo Limaverde
Jornalista