Poder de escolhas

Nos exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola, ele nos convida a discernir sobre as experiências e buscar a consciência e o autocontrole. É verdade que, em um cenário de tantos estímulos, exercitar o autocontrole não é tarefa fácil, muito menos o discernimento, já que a sedução do mundo encantado da tecnologia, as experiências efêmeras e prazerosas fazem parte do cotidiano das crianças e dos jovens.

Observar a polêmica do uso ou não do celular em sala de aula, faz-nos acolher reflexões. Será que proibir exigiria de cada um de nós, pais, família, educadores, escola, o exercício fiel da nossa missão quando nos apresentamos como formadores e motivadores de comportamento? E se dissermos sim? Há realmente, amadurecimento por parte das nossas crianças, dos jovens, familiares e alunos quanto ao autocontrole no uso do instrumento apenas em momentos cabíveis? São perguntas que nos remetem a reflexões, mas há motivos para acreditarmos que crescemos quando oportunizamos o exercício das escolhas, quando estimulamos o agir com consciência, compromisso e protagonismo, tornando-nos capazes de entender as consequências das escolhas.

Em relação à escola e aos educadores é um bom momento para refletirmos que é tempo de abraçarmos algumas mudanças. A nova escola exige de nós confiança na nossa capacidade de transformação, criatividade e competência em oportunizar aos alunos aprendizagem em espaços inovadores, atraentes, que possam promover a participação ativa, a troca de experiências e o compartilhamento de saberes. E, assim, o que nos parece problema, pode transformar-se em grande experiência.

Não é fácil dizer sim ou não, mas como disse Santo Inácio de Loyola "o maior desafio é vencer a nós mesmos".

Albanisa Gomes
Pedagoga