PMDB do passado e MDB do presente

Quando no período revolucionário despontou o bipartidarismo como alternativa apontada pelos governantes, o confronto situação e oposição refletia essa dualidade ideológica, perdurando por algum tempo, dentro de um contexto e conjuntura imposta pelo Poder Central.

As forças governistas albergavam-se numa estrutura dominante, enquanto o Movimento Democrático Brasileiro emergia como facção antagônica, conglobando todos os segmentos que se contrapunham às orientações governamentais.

Filiado ao MDB, o autor deste artigo, no exercício do mandato de deputado estadual e, em seguida, senador e deputado federal, sobressaiu-se como Constituinte, sequenciando como chefe do Poder Legislativo Brasileiro, defrontando-se com o rumoroso processo de impeachment do presidente Fernando Collor de Melo e, em consequência, empossando na Primeira Magistratura o Vice, Itamar Franco, a quem substituí, por três dias e meio, à testa dos destinos nacionais, toda essa trajetória sob a legenda de uma agremiação que, majoritariamente, esteve bem posicionada no cenário político de então.

Ainda convivi, por algum tempo, com o primeiro dirigente da sigla, senador-general Oscar Passos, substituído, pouco tempo depois, pelo incomparável Ulysses Guimarães, cuja memória jamais será olvidada, já que se tornou em autêntico paladino pela normalidade institucional do nosso País, responsável pela elaboração da Constituição Federal de 1988, da qual é o primeiro signatário, seguido por mim, na condição de vice-presidente da chamada “Carta Cidadã”, na qual se acham inseridas as maiores aspirações do povo brasileiro.

No multipartidarismo que passou a vigorar entre nós, o PMDB-MDB não se reveste mais daquela vitalidade, construída pelo “Senhor Diretas”. 

Por mais empenhados que sejam os seus dirigentes, dir-se-á, como no cancioneiro popular “...os tempos não voltam jamais...”.


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