Pelos caminhos da incerteza

Para onde caminha o Brasil? Para frente ou para trás, feito um caranguejo gigante? O País continua em compasso de espera, ou de incerteza sobre qual rumo a seguir. Está numa encruzilhada. 

Retoma em meio a essa barafunda ou balbúrdia, para usar expressão do ministro da Educação, políticas ultrapassadas de direita, vendo em cada esquina um imaginário fantasma do comunismo. Comunismo, hoje, recluso e desacreditado no mundo inteiro. Não estaríamos mais próximos do fascismo ou do nazismo, com suas tiradas patrióticas e de caças às pretensas bruxas esquerdistas encasteladas nas universidades, nos órgãos públicos, e logo mais na Igreja Católica com sua doutrina de defesa dos pobres e marginalizados? E qual o projeto de Governo para o Brasil? Projeto de desenvolvimento econômico e social, capaz de alavancar o País e de projetá-lo entre os países mais avançados do mundo? Liberar o uso de armas de fogo, reduzir drasticamente o número de radares nas estradas, sem consultar as estatísticas da violência criminal e de mortes no trânsito, não parece a melhor medida para ombrear o Brasil às nações mais desenvolvidas. 

Como também não é plausível cortar recursos de emprego assegurado nas pesquisas científicas e tecnológicas, num mundo cada vez mais competitivo nestas áreas do conhecimento. E a volta da escola do bê-a-bá, e das quatro operações, como modelo a ser implantado, retirando das escolas o objetivo maior de toda instituição de ensino e de todo professor vocacionado: o de ensinar o aluno a pensar, a criar, a mudar as realidades opressoras? 

Seguindo essa linha, cogita-se de sepultar o grande educador Paulo Freire. Um guru, antes tido na conta de astrólogo e agora filósofo, não se sabe de qual escola filosófica, mete a sua colher de pau, lá dos Estados Unidos, e se intromete na vida política e administrativa do Brasil. É demais.


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