Saneamento básico no Brasil

No século XXI, o saneamento básico brasileiro ainda inspira cuidados. É um tema pouco discutido no cotidiano e que conta com um investimento praticamente invisível. A rede de esgoto é construída com tubulações sob as calçadas que, depois de prontas, não são mais vistas. São investimentos pouco valorizados, a não ser quando a conta no fim do mês se torna muito elevada.

Infelizmente, as estatísticas mostram que deveríamos prestar mais atenção ao saneamento básico. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada. Metade da população não tem coleta de esgoto e, quando tem, apenas 45% dos efluentes coletados são tratados.

Outro estudo, conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 1.935 dos 5.570 municípios brasileiros ainda registram epidemias ou endemias relacionadas à falta ou à deficiência de saneamento básico. Isso significa 34,7% do total das cidades.

É uma condição alarmante que depõe contra a qualidade de vida de forma direta, seja em grandes centros urbanos ou em cidades de pequeno porte.

Ainda segundo o relatório da CNI, o saneamento básico é o setor mais atrasado na infraestrutura brasileira, condição que impacta diretamente a saúde pública no País. A carência de saneamento ocasiona uma série de doenças em adultos e crianças. Estes, por sua vez, buscam o sistema de SUS, usando seus recursos.

Apesar do cenário negativo, existem metas a serem cumpridas. O Plano Nacional de Saneamento básico (Plansab) prevê que os municípios do Brasil devem universalizar o fornecimento dos serviços de saneamento básico à população brasileira até 2033. Assim, o assunto configura-se uma preocupação que deve estar na pauta atual dos gestores públicos municipais, estaduais e federais, com grave impacto a todos se tais metas não forem atingidas.

Gerson Luiz Buczenko
Professor de educação ambiental


Assuntos Relacionados