O sentido de ser defensora

Hoje, 19 de maio, é Dia da Defensora e do Defensor. Nas palavras do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres de Britto, a Defensoria Pública está mais próxima do humanismo constitucional e a opção que se faz pela carreira é vocacional.

Quando se escolhe ser defensor se faz a opção por ser útil a alguém, por ser solidário à dor do outro, por ser partícipe de transformações reais na vida de uma minoria. É ser capaz, como lembrou a pesquisadora Élida Lauris, de comemorar pequenas vitórias. É vibrar com a decisão que traz o sabor de justiça feita, é dialogar com a comunidade em busca da melhor saída para um problema. É ter a oportunidade de ver um direito chegar para quem já nem tinha mais esperança. É não soltar a mão de ninguém. Daí, ao dar ouvidos a quem já está cansado de repetir, nos tornamos essenciais para aquela e para outras pessoas que se somam. É, como lembrou Roberto Carlos, se indignar que "a covardia é surda e só ouve o que convém".

São estes sentimentos que nos enchem o cotidiano e trazem a reflexão, ao fim do dia: "isso faz sentido". Ser defensor é se encher de sentido.

Defensorar - para usar um neologismo que a nossa rotina transformou em verbo - é ser capaz de ser retaguarda e de segurar as pontas com os repetidos nãos - muitas vezes ancorados em valores e convenções sociais - e não desistir. Nos tempos atuais de extrema beligerância e punitivismo, entendemos mais importante ainda valorizar essa carreira. Quanto mais defensores, mais vozes serão ouvidas e, consequentemente, mais gente para exigir que o Estado pare de restringir direitos.

Por isso, é sempre oportuno parabenizar os defensores e as defensoras que, com dedicação, dão protagonismo a quase 1 milhão de beneficiados no Ceará. São 314 membros e é urgente a necessidade de ampliação dos quadros para reforçar o Estado-defesa e seguimos trabalhando para preencher os 148 cargos vagos. Afinal, ser defensor é também não fugir das grandes batalhas.