O poeta e o seu dia

O dia 20 de outubro foi o dia do poeta, esse ser estranho e singular, iluminado, que vê a vida com o coração e tenta passar essa visão a todos aqueles que tiverem sensibilidade para recriar a sua visão. Então, quero enviar a minha homenagem a todos os bardos deste imenso Brasil e do mundo todo, pois é das penas deles que flui a emoção e o sentimento dessa arte que se chama literatura, que conta a história do ser humano neste planeta Terra.

É o poeta que torna esse nosso mundo, tão belo e ao mesmo tempo tão conturbado, um pouco mais sensível. É ele que desnuda a alma para que a nossa alma seja menos dura, menos intolerante, mais solidária, mais humana. É o poeta que nos leva a pensar a paz, que nos lembra de que somos irmãos gêmeos da natureza e por isso mesmo precisamos amá-la e respeitá-la, para que ela nos proteja e não nos desampare.

Precisamos comemorar esse dia praticando a poesia, todos nós, pois o mundo atual, tão corrido e tão violento, precisa da sua singeleza e do seu lirismo. O ser humano precisa cultivar a poesia, para não se deixar endurecer mais ainda, para não deixar de ser gente. Como deixar fluir a alma através das pontas dos dedos, a não ser pela criação de um poema? A poesia é sentimento, é emoção, é alma, é coração. Como sermos humanos sem tudo isso? A poesia é mágica, como já disse Quintana - e quem mais poderia dizê-lo? - como neste poema que toma a liberdade de transcrever:

"Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam voo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto; alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti...".

Rendo aqui a minha homenagem a todos os poetas. E viva a poesia mundial, e viva Quintana, e viva nós, poetas.

Luiz Carlos Amorim

Escritor, editor e revisor


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