O Pobrezinho de Assis

Personalidade atraente e incontestável, São Francisco de Assis lutou por um mundo solidário e de fronteiras abertas, numa dinâmica estimuladora, com um não à indiferença e à neutralidade dos católicos e dos não católicos.

Exemplo de docilidade, o religioso chamava todas as criaturas de irmãs, recolhendo pelos caminhos as lesmas, para que não fossem pisadas pelos homens; alimentava de mel e de vinhos as abelhas no inverno, para que não morressem de frio e de fome.

O jeito de viver de Francisco de Assis, com seu coração repleto de ternura, foi um confronto radical com as forças e relações infra-humanas de seu tempo, advertindo-as para não se apropriarem do meio ambiente e da vida humana no seu todo, aqui na assertiva de seu biógrafo, Tomás Galeno, que recebeu a incumbência de narrar a vida do santo do papa Gregório IX: "Quando se encontrava com as flores, pregava-lhes como se fossem dotadas de inteligência, e as convidava, numa comovedora docilidade, a louvar o Senhor".

Ele marcou nossa civilização como um santo fenomenal e milagroso, o mais popular do mundo. Vestiu-se de hábito humilde e cingiu-se com um cordão, tomando a resolução de viver na profunda radicalidade o Evangelho de Jesus.

São Francisco de Assis, no desejo de desfazer-se das coisas do mundo, procurou a solidão e se entregou a Deus, na oração e na penitência.

O pai não compreendeu suas atitudes de criatura livre. Maltratava-o, e até o levou à presença do bispo de Assis, no desejo de discipliná-lo, não esbanjando seus bens materiais, que, despindo-se de suas vestes e entregando-as ao pai, disse com convicção: "Até hoje vos chamei de pai, mas de agora em diante, com toda a razão, pai nosso que estais no céu, porque só em Deus ponho minha esperança".

Amém!