O jacaré de Brejo Santo

De 1978 a 1983, Brejo Santo registrou a excelente administração do prefeito Francisco Leite de Lucena.

Naquele seu mandato, construiu o Centro Social Urbano, o Colégio Padre Pedro, o Hotel Municipal e iniciou o projeto de casas populares destinadas aos munícipes. As ruas da sede do município foram pavimentadas e parte obteve melhorias, como saneamento básico.

Dentre as benfeitorias, uma fazia-se destaque na querência da autoridade. Tratava-se da reforma da Praça Dionísio Rocha de Lucena, principal logradouro da municipalidade.
Dividido em quatro áreas objetivando o lazer, sendo ajardinadas, com bancos e brinquedos infantis, uma ganhou primazia, devido localizar-se ao lado da rodovia federal.

Ali, num espelho de água, erigiu-se uma fonte luminosa, de fortes jatos, para o deleite público. Mas faltava atrativo maior, imaginava o edil. E deu-se a pensada solução.
Comprado no Mato Grosso, um jacaré de metro e meio de comprimento foi trazido e colocado no reservatório. Sucesso total. Verdadeira romaria. Pessoas de localidades distantes vinham conhecer o animal.

Numa madrugada, início de 1980, chuva de mais de 200 milímetros alagou toda a cidade. As águas abarrotaram a morada do crocodiliano, levando-o na enxurrada, fazendo-o desaparecido. Servidores municipais e a população receberam apelo visando à busca ao réptil. Autêntica caçada. Nenhum êxito.

Dias depois, um morador do Sítio Arizona, chegou ao Posto JK e contou ao frentista que “Madrugadinha, fui no mato me aliviá e vi um assombro. Um monstro de zóio de fogo me encarou. Peguei um cacete de jucá e matei o bicho de paulada! Tá aí na carroça!”.

Quando o frentista olhou, apavorado, disse: “Valei-me, Nossa Senhora! É o jacaré do prefeito! Homem saia daqui já! Dê fim nele! Pois se lhe pegarem você vai puxar cadeia!”.

Até hoje, em Brejo Santo, o nome comum do passeio é Praça do Jacaré.


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