O BNB é dos nordestinos

Quando Rômulo Almeida, assessor econômico de Getúlio Vargas defendeu a ideia de uma instituição financeira que se destinasse à causa do desenvolvimento regional, o saudoso ex-presidente viabilizou a louvável sugestão do Banco do Nordeste, chancelando-a com o apoio do Congresso Nacional, em instante áureo para impulsionar a expansão das nossas atividades produtivas.

O embasamento financeiro chegou aos poucos, mas positivamente, ensejando a que, na Constituinte de 1988, essa faixa geográfica, com a adesão do Norte e do Centro-Oeste, desse lugar a um Fundo Constitucional, capaz de acelerar o crescimento das respectivas regiões.

Primeiro signatário que fui, com o indispensável apoio de nossos colegas constituintes, de uma Proposta de Emenda à Lei Magna, relatada pelo deputado amazonense, Bernardo Cabral, encabeçamos aquela proposição, que, nos 30 anos de proficiente aplicação, totalizou R$ 226 bilhões, num aporte de incontestável magnitude, que nos permite identificar algo grandioso, em condições de favorecer, gradualmente, a superação das dificuldades enfrentadas no semiárido.

Especula-se, agora, que se pretende incorporar o BNB a outro conglomerado financeiro, o que há suscitado vigorosa reação da opinião pública nordestina, numa uníssona insatisfação, que começa a tomar corpo por entre a nossa representação política e nos segmentos mais esclarecidos do Polígono das Secas.

Os congressistas mobilizar-se-ão, com argumentos ponderáveis, com a finalidade de não ter curso o projeto que se contrapõe às nossas aspirações de crescimento, já contagiando diversas correntes de pensamento, para abortar a equivocada intenção, que certamente vai confrontar os anseios de expressivo estamento da nacionalidade.
O Nordeste não pode ser penalizado, no momento em que se principia a percorrer a trilha de avanços econômico-sociais.


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