Nossos silvícolas

Quando as caravelas de Pedro Álvares Cabral aportaram e se aproximaram das praias baianas, no século XVI, os portugueses avistaram criaturas diferentes, com porte elegante, com singular aparência e traços asiáticos, queimados pelo sol, demonstrando boa saúde, seminus, com enfeites no corpo.

Com a posse e posterior colonização, os índios foram atraídos com bugigangas e promessas para suprir as necessidades básicas dos invasores estrangeiros para sobreviverem naquelas belas e ricas paragens então desconhecidas dos europeus. No início da colonização brasileira, os índios foram sempre escravizados, desrespeitados e abusados pelos colonos portugueses que os tratavam como seres inferiores. Os índios são tutelados e considerados incapazes pelo governo brasileiro, que os protegem de maneira estranha e suspeita, outorgando-lhes grandes extensões de terras nas áreas mais ricas do País, na Região Amazônica e abandonando-os à própria sorte.

Nossos aborígenes moram na selva sem resquícios de higiene, são analfabetos, com alimentação precária, e sem tratamento médico. Existem vários órgãos governamentais para proteção aos Índios que não os protegem de nada. Falta no País uma política de reintegração dos nossos silvícolas à civilização. Todavia, o mais excêntrico episódio do "protecionismo aos índios" foram as notícias na imprensa brasileira sobre dois projetos de hidrelétricas na região Norte, vetados para não afetar "o sossego e o bem-estar" dos índios.

José Batista Pinheiro
Coronel reformado do Exército