Nordestino no Tratado de Versalhes

No dia 28 de junho passado comemoraram-se cem anos da assinatura do Tratado de Paz que assinalou o fim da Primeira Guerra Mundial, no Palácio de Versalhes, perto de Paris. Um nordestino, da cidade de Umbuzeiro, teve um papel na elaboração de tal Tratado.

Com o fim da guerra colocou-se a questão da conferência de paz e da nomeação dos delegados dos diversos países para ela. O Brasil fora o único país latino-americano a participar ativamente da guerra, enviando uma missão médica e uma frota de navios para a frente europeia. E a questão da escolha do chefe da delegação nacional acendeu uma fogueira de vaidades.

De um lado estava Domício da Gama, braço direito do já falecido Barão do Rio Branco. Havia sido embaixador em Washington e argumentava com suas amizades estadunidenses para ser o nomeado. E de outro lado havia o político, jurista e celebridade Rui Barbosa, destaque na Conferência de Paz da Haia em 1907, que contava com apoio popular.

Diante dessas candidaturas escolheu-se um terceiro: o paraibano Epitácio Pessoa, de limitada experiência internacional. Seria ele que negociaria com o presidente francês Clemenceau, o Primeiro-ministro britânico Lloyd George, e especialmente com o Presidente estadunidense Woodrow Wilson.

Epitácio focou-se mais em obter indenização pelo café brasileiro que tinha sido confiscado pelos alemães em armazéns na Europa, e na divisão dos navios alemães apreendidos em portos brasileiros. Sua atuação pouco baseada em princípios não deixou de ser criticada. Malgrado isso conseguiu a inclusão do Brasil como membro não permanente do Conselho de uma nova organização, destinada a manter a paz, a Liga das Nações, antecessora das atuais Nações Unidas.

Controvérsias à parte, um nordestino esteve presente nos palcos da alta diplomacia internacional. E, em parte por isso, tornou-se presidente da República.


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