No aguardo das primeiras decisões

Através das primeiras decisões, saber-se-á se os debates em torno da reforma previdenciária serão conduzidos, pacificamente, ou se assumirão contornos de disputa, o que obrigará os parlamentares a portarem-se com homogeneidade, a fim de evitar surpresas que atentem contra as linhas mestras da proposição esboçada, sob medida, pela equipe do Ministério da Economia, responsável no cumprimento da missão articulada com precisão e cautela, ao lado de cálculos levantados visando a um equilíbrio orçamentário que tranquilize o Erário, até aqui, alcançado por déficit astronômico.

Na passada gestão, esforços foram despendidos, diuturnamente, numa porfia que culminou no parecer do deputado Arthur Maia, da Bahia, mas que resultou inútil, como peça decisória para deslindar um tema de vital interesse nacional.

Não se diga que Michel Temer negligenciou no propósito de ajustar o projeto, para viabilizá-lo, diante de opositores renitentes, em meio a uma ofensiva ferrenha, insuperada durante debates ardorosos, que ajudavam o relator a obter votos favoráveis ao seu texto, adequado à realidade do Tesouro.

Agora, sob as vistas atentas de Rodrigo Maia e a vigilância das lideranças situacionistas, é possível que se transponham empecilhos habituais e consigamos, no decorrer de 70 dias, concluir a árdua tarefa para encaminhamento à Casa revisora, que este articulista teve a honra de presidir, dentro de um quórum menor, o que tornava mais fácil o convencimento do Plenário, composto por 81 membros, atuando como eleitores de cada Unidade Federada.

Esquematizado o cronograma de trabalho pela Comissão Especial, haverá o cuidado de se respeitar prazos, sem delongas, não podendo frustrar as expectativas do presidente Jair Bolsonaro, conhecedor das tendências nas duas Casas, em deliberações dessa magnitude.

A sorte está lançada, como no axioma popular.