Morte e vida

Outra vez o "Dia de Finados". O 2 de novembro vem aí. Festa dos mortos. Estranha promoção para os que ficam e reverenciam a saudade dos entes queridos que partiram com destino ao além. Na verdade todos os dias são de saudade dessas personalidades inesquecíveis que pontificaram conosco neste período de vida física. 

Dia de Finados data prefixada para as relembranças. Visitas aos cemitérios ou aos templos religiosos para as preces significativas, na tentativa de uma aproximação mais profunda. Calendário religioso de respeito aos mortos. Forma lídima de um reconhecimento interno do querer bem que não passa.

O exemplo de Jesus de Nazaré, contado e recontado em prosa e verso, bem mostra que morte e vida são paralelas equidistantes mostrando que paradoxalmente morte e vida são semelhantes. Ele nem "morreu" nem ressuscitou fisicamente. Deu prova da continuidade da vida ao ressurgir mediunicamente após o seu desencarne. Despojou-se do corpo físico e voltou à natureza de ser essencialmente espírito. 

E é exatamente com o corpo espiritual que se pode provar a existência depois de mortos. No mundo do além, temos o nosso corpo espiritual como está no preceito bíblico que identifica o corpo da ressurreição. Dentre essas dicotomias existenciais, não há por que não reverenciar nossos chamados "mortos". Sempre pedindo a Deus que o ente querido esteja longe da campa. O cemitério será sempre recanto de muita tristeza.

Bem que poderíamos orar pelos nossos nos lugares onde pontilhamos em vida. Lembrar os sorrisos e afagos que tanto nos coloca na dignidade de amar o próximo. Dia de Finados outra vez no calendário. Muita gente perguntando se o espírita "acredita ou aceita" a data dos mortos. Por que não? - Somos feitos da mesma argila de sentimentos. Temos Deus no coração, na mente, no todo que nos governa e não há preocupação divisionista em razão de rótulos religiosos.

Paulo Eduardo Mendes
Jornalista


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