Mais um ano da carta cidadã

Neste mês, registra-se o transcurso de mais um ano de promulgação da Carta Cidadã, permitindo que se relembre o histórico 5 de outubro de 88, quando Ulysses Guimarães, com voz tonitruante, anunciara o término de missão hercúlea, encerrando a instabilidade jurídica e restaurando o quadro procedimental, observado desde aquela data, com o reingresso no Estado Democrático de Direito. 

No passado dia 7, na entrada do Plenário da Câmara dos Deputados, foi inaugurada estátua do bravo Ulysses, servindo de inspiração a todos que no recinto forem ingressar, para defender os interesses do povo brasileiro.

Na ocasião, ao abrir concorrida sessão solene, o presidente Rodrigo Maia, tendo ao seu lado o paulista Baleia Rossi, dirigente máximo do MDB, presentes, dentre outros, José Sarney e este colunista, além de personalidades do cenário político, ressaltou o esforço para manter viva a tarefa cumprida por todos quantos, em 1987-88, contribuíram para brindar o Brasil com um Documento Básico, no qual estivessem espelhados os direitos fundamentais de Cidadania.

Na ausência do "senhor diretas", coube a este escriba a abordagem do afã levado a efeito, há 31 anos, para que se legasse ao País as diretrizes primordiais do regime democrático, embora a Carta perdure com alguns dispositivos inaplicados, à falta de regulamentação.

No próximo dia 29, o atual Congresso, presidido por Davi Alcolumbre, fará nova celebração, em mais uma iniciativa complementar ao resguardo da Lei Maior, elaborada com a participação popular, quando eleitores sugeriram alterações de interesse coletivo, como ânsia febricitante de milhões de compatrícios.

Lá estivemos, naquele fim de manhã, para recordar a porfia desempenhada com muita altanaria, correspondendo aos anseios da nacionalidade. No linguajar popular, os constituintes "tardaram, mas não faltaram ao povo brasileiro".

Mauro Benevides

Jornalista e senador-constituinte


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