Longevidade e o trabalho

A mudança demográfica do Brasil não é segredo. Em 1980, a expectativa de vida era de 62,6 anos. Em 2018, saltou para 76 anos. O País também passa por uma redução da fecundidade: de 4,1 em 1980 para 1,7 em 2015, inferior à de reposição.

Mas o que isso tem a ver com trabalho? Se o brasileiro está vivendo mais, e a quantidade de jovens está cada vez menor, as empresas receberão uma mão de obra mais velha.

O desafio é para todos e é preciso que as empresas e as áreas de recursos humanos estejam adequadas às novas realidades. 

A primeira é a oferta de oportunidade para profissionais mais velhos. Estimativas mostram que, em 2030, 30 milhões de pessoas terão pelo menos 65 anos. É preciso criar condições para que esta população permaneça ativa. Em outra perspectiva, empregadores precisam combater o preconceito com a idade. Para muitas empresas, grisalhos são “muito velhos” ou “muito caros”.

Já no desafio da integração geracional, as empresas devem promover a inclusão dos mais velhos com os demais. A união entre experiência e inovação pode trazer resultados muito positivos. Para o profissional, é fundamental a capacitação. Pessoas com mais de 50 precisam atentar-se às necessidades de atualização para atuar na própria atividade ou para estarem preparadas para uma transição de carreira. 

O Governo deve apoiar iniciativas para integrar a população 50+ à sociedade. O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon desenvolveu um projeto de lei com a USP: Regime Especial de Trabalho do Aposentado, que visa facilitar a participação de aposentados no mercado de trabalho com um regime diferenciado. Para o empregador, a contrapartida está na tributação. 

A longevidade não é futurologia, é questão do presente. Em um país onde mais de 5,7 milhões de lares vivem com a renda de pelo menos um idoso, é preciso pensar em soluções para o mercado de trabalho. 


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