Legalização das drogas - Um risco real

O STF volta a discutir, no dia 6, o Recurso Extraordinário que trata da inconstitucionalidade do Art. 28 da Lei de Drogas, dispositivo que define como ilícito penal portar drogas para consumo pessoal. Talvez o brasileiro não esteja atento, mas restou sob a responsabilidade da Suprema Corte a decisão que terá o condão de legalizar o consumo de todas as drogas no País.

O mais difícil de acreditar é que dos 11 ministros, Gilmar Mendes já se posicionou pela liberação do consumo de todas as drogas e Luís Roberto Barroso e Edson Fachin pela liberação da maconha para uso recreativo. A visão distorcida desses magistrados nega a vontade da maioria dos cidadãos. Segundo o Instituto Paraná Pesquisas, 71% da população declaram-se contra a legalização da maconha e 84,3% contra a liberação da cocaína. 

O fato é que o consumo de drogas está ligado à violência. Na fissura de consumir, muitos passam a traficar, furtar ou roubar. No Uruguai e na Holanda o consumo explodiu e, com isso, o tráfico e os homicídios aumentaram desde a legalização nesses países.

A descriminalização do porte para uso será um desastre e trará, sim, aumento do consumo. Pesquisas feitas em Colorado (EUA), onde o consumo da Cannabis foi descriminalizado, apontam um aumento de 34% no número de menores apreendidos com a droga. 

A média de uso por adolescentes naquele Estado é 39% mais alta que a média americana. O Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas aponta que, no Brasil, 62% dos usuários de maconha começaram a utilizar antes dos 18 anos. Nesta idade, a droga causa efeitos terríveis.

A legalização das drogas esconde interesses comerciais bilionários que, em nome do lucro, não se compadecem das tragédias familiares provocadas pelo consumo dela. Sendo assim, não há justificativas razoáveis para a descriminalização que acarretará apenas em um agravamento dos problemas.


Roberto Lasserre
Coordenador nacional do Movimento Brasil Sem Drogas


Assuntos Relacionados