Informação versus fake news

Proliferam notícias falsas nas redes sociais na internet. Todos os dias. São compartilhadas acriticamente com a compulsão de um clique. Fazem muito estrago. Confundem. Enganam. Desinformam. A mentira, por óbvio, precisa ser enfrentada. O antídoto não é o Estado. É a poderosa força persuasiva do conteúdo qualificado. É preciso apostar na qualidade da informação.

As rápidas e crescentes mudanças no setor da comunicação puseram em xeque os antigos modelos de negócios. A dificuldade de encontrar um caminho seguro para a monetização dos conteúdos multimídia e as novas rotinas criadas a partir das plataformas digitais produzem um complexo cenário de incertezas. Vivemos um grande desafio e, ao mesmo tempo, uma baita oportunidade.

É preciso pensar, refletir duramente sobre a mudança de paradigmas, uma vez que a criatividade e a capacidade de inovação -rápida e de baixo custo- serão fundamentais para a sobrevivência das organizações tradicionais.

Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência. Ficamos reféns da superficialidade. Perdemos contexto e sensibilidade crítica. Penso que há uma crescente nostalgia de conteúdos editados com rigor, critério e qualidade técnica e ética.

Jornalismo sem alma e sem rigor afasta consumidores e escancara as portas para os traficantes da mentira. O leitor não sente o pulsar da vida. As reportagens não têm cheiro do asfalto.

Politização da informação, distanciamento da realidade e falta de reportagem. Eis o tripé que corrói a credibilidade dos veículos jornalísticos. A informação não pode ser processada em um laboratório sem vida. A velha e boa reportagem não pode ser substituída por torcida.

O consumidor precisa sentir que o jornal é um parceiro relevante na sua aventura cotidiana. Fake news se combate com informação.

Carlos Alberto Di Franco

Jornalista


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