Infância diferente


A infância será, sempre, a melhor fase de nossas vidas. Tempo de espontaneidade, alegria, brincadeiras, expansividade. Sem compromissos ou grandes responsabilidades, as crianças procuram vivê-la da melhor maneira, embora, hoje em dia, sejam muitas as limitações a elas impostas. 

A vida moderna, estressante e violenta, restringiu a maioria das crianças ao convívio do lar e às distrações tecnológicas, como os videogames ou celulares com que muitos pais precocemente as presenteiam, atitude equivocada, ao nosso ver.

As crianças de hoje vivem aprisionadas em seus lares, sem a liberdade de brincarem nas ruas e praças com seus vizinhos, como nossa geração, durante os anos 70 do século XX, fazia.

É verdade que riscos, perigos existiam, mas não tanto quanto hoje, com tantos pedófilos e psicopatas à solta pelas grandes e médias cidades brasileiras. Quando éramos crianças, podíamos jogar bola nas ruas sem calçamento, ou passear de bicicleta pelo bairro sem que corrêssemos tanto perigo. 

Saíamos de casa e, no mesmo quarteirão onde morávamos, reuníamo-nos com os amigos próximos para inúmeras e simples brincadeiras. Tempos sem tecnologia, mas de muita sociabilidade e liberdade, artigos em falta, ou muito limitados, na infância de nossos dias, tristemente diferente.

Na atualidade, os pais, ocupados com inúmeras tarefas, responsabilidades, raramente têm tempo para ficarem muito tempo com os pequenos.

A vida moderna roubou-lhes o convívio sadio com os filhos, que muitas vezes cobram-lhes atenção e recebem, em troca, um celular com acesso a inúmeros joguinhos, para que se distraiam e os deixem sossegados. Neste mês da criança, convém refletir seriamente sobre o tema. 

A insegurança e a modernidade tiraram, dos pequenos, os momentos nos parques, nas ruas, praças e jardins. Como seria bom se pudéssemos voltar à liberdade de outrora! Utopia, mera utopia para as crianças deste século.

Gilson Barbosa
Jornalista


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