Incertezas do amanhã

Para onde caminha o Brasil, só Deus sabe. Estamos como um barco em mar revolto, jogado ao léu, sem bússola e sem norte. Falta uma sintonia fina entre os mandões ou os figurões. Um ministro defende um imposto em cascata, como a maravilha das maravilhas, e quem cai é o secretário do ministério. Restaram as palmas e gargalhadas sobre a feiura da mulher do presidente Macron. Antes, sobrassem lágrimas, muitas lágrimas para apagar os incêndios da Amazônia. Lágrimas de tristeza, para uma tragédia anunciada e incentivada, tal a quantidade de focos, de tambores de gasolina e motocicletas usadas na impatriótica cruzada de destruição da mãe-natureza. Em meio à confusão geral do disse-não-disse, constata-se a inexistência de um plano de metas de desenvolvimento econômico para alavancar o país do buraco onde se encontra. Ouve-se apenas o cantochão da falta de recursos para tudo, enquanto uma imensa tesoura paira sobre o céu ameaçando cortar o resto e fechar para balanço: faculdades, cursos técnicos, escolas, programas sociais. Por isso e por outras, o caminho é incerto. Para os desempregados, faltam empregos. Para os jovens, proclama-se a proibição da realização de concursos, enquanto as faculdades continuam fabricando doutores. As operações bombásticas, com hora marcada para ocorrerem, vão perdendo força, e os santarrões de ontem vão se transformando em santos do pau oco, e parte do lixo já vai sendo varrida para baixo do tapete a depender dos personagens. Ganha um doce de coco ou de leite ou um título de cidadão de qualquer cidade do Brasil, quem disser com argumentos sólidos para onde caminha a Pátria amada, Brasil. Caminhar para frente, bem entendido, pois para trás tem andado bastante. Basta ver.

Os savanarolas estão a postos, com medievos códigos de conduta. O povo está bestificado, a lembrar frase de Capistrano de Abreu.


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