Impasse entre governadores

Há uma sutileza nos desencontros de atitudes, mesmo que numa postura discreta e mais de cunho pessoal, na condução de problemas do momento, gerando desconforto à população, sobretudo quando estão em jogo a sobrevivência de milhares de compatrícios, vitimados pelo novo vírus, que surgiu como algo imprevisível. O comportamento diferenciado entre figuras de relevo, aberto e expansivo, acarreta o risco de outra forma de contágio, no caso, o da politização, deixando observadores e opinião pública pressurosos para que predominem a paz e a concórdia entre os Poderes constituídos.

Para ser mais explícito, na esfera da saúde o posicionamento do Chefe do Poder Executivo e um dos seus melhores auxiliares despontam com conduta extremada, ensejando clima de sutil discrepância, perfeitamente dispensável, num instante em que cautela e coesão revitalizariam e melhor situariam os órgãos oficiais frente aos variados estamentos do País.

Nos EUA, em plena campanha eleitoral, Donald Trump, em termos de ação para combater o coronavírus demonstra mais equilíbrio, buscando a unificação de esforços para ultrapassagem, ali, dessa fase aziaga, de incomensurável ressonância na extensa área do Tio Sam.

Adota-se, pois o modelo projetado por uma Nação líder, que tem as suas divergências internas, menores, obviamente, nesse momento calamitoso, com isso, tudo sendo processado sem descompassos capazes de prejudicar a indispensável união de forças, formada para debelar a vigorosa pandemia.

Essa emergência unificadora deve prevalecer na saúde e nas demais áreas, num momento em que o Poder Central não desfavorecerá um de seus setores mais requisitados, para atender as exigências deste quadro descomunal de gravidade.

Dentro de tais especulações, prelecionaríamos aquilo que em qualquer situação é fundamental: "a união faz a força".

Mauro Benevides

Jornalista e senador constituinte


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