Francisco de Assis, doce irmão

Para um Brasil de 210 milhões de habitantes querendo, a todo custo, implantar uma cultura de armamento e violência, afirmando que é preciso se armar, Francisco de Assis (1182-1226), com seu coração cheio de ternura, fascinado por Deus e por suas criaturas, com certeza, se manifestaria. Com seu exemplo, ainda hoje nos ensina a buscar o Deus de amor, e também os seres humanos, num convívio extremamente fraterno, não no sentido de se apossar, mas de ir à raiz, dizendo à nossa civilização para construir novos horizontes, numa clara linguagem da fraternidade universal, do sentido último da vida, a partir do poverello d’Assisi.

A força da figura humana é inquestionável de Francisco, ao insistir, com sua explícita e incisiva mensagem de paz, dizendo que nossas relações deveriam caminhar favorecendo a salvação do mundo, não o abandonando, mas acreditando, com postura radical, na sua proximidade com a natureza, que sempre foi a característica mais conhecida do santo irmão de Assis.

Dois anos antes de sua morte, Francisco subiu ao Monte Alverne, em companhia de alguns de seus seguidores – os frades mais íntimos –, e colocou-se em oração fervorosa; ali recebeu como dom de Deus uma insigne graça. Foi a figura de um serafim, anjo de seis asas, que lhe apareceu e identificou-se como Nosso Senhor Crucificado, que, depois de contentar-se com ele em agradável colóquio, partiu, deixando-lhe impressos no corpo os sagrados estigmas, ou as Santas Chagas da Paixão do Senhor.

Como seria maravilhoso, da parte da humanidade, não só se impressionar, mas sentir uma atração pelo amor acalorado e compassivo de São Francisco, que se dedicou a Deus! Que o Pobrezinho de Assis, doce irmão de todas as criaturas, na sua comovedora ternura, nos certifique do valor da paz que deve subsistir, levando-nos a penetrar em profundidade no mistério do nosso bom Deus, visível em suas criaturas. Assim seja