Editorial: Transformar o cotidiano

Saúde é um estado que não se limita à ausência de enfermidades. Não é portanto tema ou preocupação de ordem exclusivamente médica, a ser tratados nos ambientes dedicados à sanidade clínica do corpo. A própria Organização Mundial da Saúde define seu objeto de interesse como um estado de completo bem-estar, não apenas físico, mas também mental e social.

Para contemplar cada uma destas instâncias, indispensáveis à saúde, em seu entendimento mais amplo, é necessário um duplo compromisso – do Estado e do indivíduo. Há, de um lado, o interesse do próprio cidadão, de zelar por sua vida e de dedicar a práticas que tornem seu cotidiano mais leve e saudável; e de outro, o cumprimento constitucional, por parte do estado, de sua missão. 

Entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, consta no texto da Constituição Federal o de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Cabe ao Poder Público, portanto, garantir à população meios de se chegar ao bem-estar completo. Isso passa pela infraestrutura disponibilizada e pelas ações promovidas, desde as unidades médicas até os espaços de convivência coletiva, passando pelo investimento em esporte, lazer, cultura e preservação ambiental.

No entanto, o bem-estar não é um estado compulsório, nem pode ser proporcionado externamente, pelo Estado ou por qualquer instituição, sem o envolvimento do indivíduo. É preciso mobilização pessoal. Aliás, em algumas circunstâncias, é esta a única força motora e a matéria-prima mais importante para um processo de transformação, que contribua para estados mais saudáveis, não apenas da condição física, mas também emocional e social. 

O cuidado consigo mesmo aliado à força de vontade devem servir de base para a adoção de hábitos mais saudáveis e para a mudança daqueles que trazem prejuízos ao indivíduo. Para conquistar qualquer resultado positivo, são necessárias determinação e disciplina.

Receita ao alcance de todos, pode e deve ser potencializada pelo Estado e pela sociedade como um todo, dado os benefícios ao coletivo da adoção de hábitos saudáveis e costumes mais civilizados. Cabem aí desde atitudes que beneficiem a saúde do organismo até aquelas que contribuem para o melhor do corpo social. É o caso de relembrar outra definição dada pela OMS, mais específica, que diz respeito à saúde emocional. Trata-se, nesse caso, de estado de bem-estar em que o indivíduo realiza suas próprias habilidades, lida com os fatores estressantes normais da vida, trabalha produtivamente e é capaz de contribuir com a sociedade.

É com este olhar amplo para as transformações cotidianas que o Sistema Verdes Mares inicia, hoje, sua nova campanha em torno do tema “Saúde e Equilíbrio”. É uma forma de contribuir para que as pessoas, individual e coletivamente, se permitam descobrir formas de ser e agir mais positivas, tomando consciência dos benefícios, físicos e emocionais, para si e para os outros.

Criar ambientes mais propícios a uma existência saudável é um dever de todos e uma possibilidade ao alcance de cada um de nós. Em muitos casos, o retorno é imediato; e em todos, ele é certo.


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