Editorial: Potenciais turísticos

Na abertura das férias de julho, foram divulgados os números projetados pelo Departamento de Estudos e Pesquisas da Secretaria do Turismo do Ceará (Setur) para esta alta estação. São a tradução das expectativas do Governo do Estado para um período particularmente importante para setores econômicos como os de hotelaria e serviços. Observar com atenção as movimentações destas semanas, e trabalhar antecipadamente por elas, é importante dado o momento especialmente oportuno de um dos potenciais mais fortes do Estado: o turismo.

Considerando índices de ocupação da rede hoteleira, aluguéis por temporada e dos voos programados para chegar à Capital no Aeroporto de Fortaleza, espera-se que o Ceará receba, até o fim da estação, número de turistas 12,6% maior que o de igual período do ano passado. Seriam 449 mil visitantes. O incremento na receita turística do Estado deve ser ainda maior, com alta prevista de 22%, se comparado ao mês de julho de 2018 – correspondendo a R$ 1.154.200. A movimentação no Aeroporto de Fortaleza deve chega a 750 mil passageiros, também superando o período correspondente do ano passado – em 16%.

A ocupação média da rede hoteleira da Capital para a temporada de férias é de 81,7% – compreendendo hotéis (82,8%), flats (89%), pousadas (71,8%) e albergues (68,7%). A média dos demais destinos cearenses, no interior e no litoral, chega a um terço do total. O melhor índice é de Jericoacoara, com 83% das vagas disponíveis ocupadas; seguido de Guaramiranga, com 82%; Porto das Dunas, com 81%; Morro Branco, com 71%.

A projeção tem um lado positivo claro, que é a melhora nos números de uma área complexa e importante como a do turismo. Afinal, os turistas contabilizados conforme hospedagem não apenas ficam nas cidades do Estado, mas também consomem delas. Alimentam, assim, mercados como os de bares e restaurantes e setores ligados ao entretenimento, para ficar em seus exemplos mais expressivos.

Importante também é observar e comparar os índices dos diversos destinos que, pelo tipo de atrativos que oferecem, muitas vezes concorrem entre si pelos visitantes que chegam ao Estado. São indicativos que podem dar sinais do que precisa ser mudado ou melhorado, servindo assim de vetor para ações a serem encampadas pelas prefeituras responsáveis administrativamente por essas localidades e pelas cadeias econômicas neles instaladas.

A repetição dos destinos mais procurados diz da força destes espaços, e de sua projeção no imaginário turístico nacional e, por vezes, também internacional. Contudo, não se pode esquecer que o Ceará é diverso. Há potenciais turísticos ainda não suficientemente explorados. Regiões serranas, o sertão (ainda demasiado preso à imagem negativa dos cenários assolados pela seca e pela precariedade) e mesmo o, em geral, bem conhecido litoral estão aí para serem moldados, respeitando-os ambientalmente, por empreendedores que podem – e devem – receber ajuda do Estado. 

O turismo, seja o dos hotéis luxuosos ou das pequenas iniciativas locais, movimenta a economia e tem potencial para, além de agradar o visitante, melhorar a vida daqueles que aqui residem e trabalham. 


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