Editorial: ESTRATÉGIA E TURISMO

Turismo, faz-se necessário sempre reafirmar, é um setor estratégico para a economia. Primeiro, pelos potenciais para geração de emprego e renda e captação de receitas públicas. Depois, pelas interseções que estabelece com segmentos como os da educação, da história e da arte e da cultura. Por fim, pelos baixos impactos que costuma causar ao ambiente natural - desde que respeitadas, é claro, regras basilares do convívio humano com a natureza e com os espaços urbanos.

Os públicos captados no decorrer do ano inteiro em destinos como Paris, Rio de Janeiro e Nova York, ou eventualmente, como Recife no período carnavalesco, são indicadores extremamente positivos para esse campo que reúne teorias e práticas bem delineadas pela academia e pela legislação.

No Ceará, em recorte mais modesto, investimentos públicos e privados tornam locais como Fortaleza, Canoa Quebrada, Juazeiro do Norte, Guaramiranga, Canindé, Cumbuco e Morro Branco, entre outros, pontos de imensa relevância para esse mercado.

Turismo é, portanto, um conjunto de atividades que, se convenientemente explorado, tende a resultar em ganhos sociais dos mais representativos. Esse conceito, embora muito sucinto, encerra noções de inegável complexidade e exige atenções rigorosas. Acrescente-se que os motores desses mecanismos precisam ser inovadores e ousados. Além de exigir fontes financeiras sólidas.

A propósito disso, vale observar que a Constituição Federal determina, no artigo 180, que "a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico", assim como de igual modo, conforme também dita a Carta, têm de investir na proteção do patrimônio turístico, sobre o qual também devem legislar sobre responsabilidades por eventuais danos.

Nesse mesmo sentido, o Governo Federal lançou, em agosto último, o Mapa do Turismo Brasileiro 2019-2021, relacionando 2.694 cidades de 333 regiões turísticas do País. O trabalho seria, no entendimento da própria União, como um documento capaz de identificar demandas de investimento e de ações de promoção dos pontos.

E é necessário mesmo que se tracem panoramas desse gênero, uma vez que, conforme o Ministério do Turismo divulgou na última sexta-feira, Dia Mundial do Turismo, mais de 6 milhões de pessoas no País dependem do setor como referência laboral. Ainda segundo o Ministério, a área já representa 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no País) brasileiro, o que é muito expressivo.

Observe-se que organizações internacionais celebraram a data ontem, em Nova Delhi, na Índia, e já programaram a edição de 2020 para a região da Tríplice Fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai, onde, pela primeira vez, o Mercosul vai sediar a solenidade.

Diante de constatações como essas, são evidentes as dimensões que o meio ocupa entre as obrigações estatais e de particulares, servindo medidas equivalentes para as expectativas que se podem formar. Da mesma maneira, é claro o rol de responsabilidades que cabem a todos. Essas, incluindo o planejamento, a manutenção e a preservação, não podem funcionar umas sem as outras.


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