Crescimento do PIB

A soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil cresceu. Esses itens são condensados no Programa Interno Bruto (PIB) e pesam obrigatoriamente na elaboração de projetos e planos, assim como são essenciais para a definição de cenários e estratégias nos setores público e privado. É legítimo afirmar, então, que são a essência das decisões.

O índice de aumento do PIB chegou a 1,3% em 2017, segundo informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante das expectativas minguadas da economia nacional, exibidas em levantamentos frequentes, o índice é de fato modesto. Entretanto, considerando os muitos desafios que se tem atualmente no campo do desenvolvimento, há de se destacar e de se admitir que podem ter alguma expressividade.

Apenas como termo de comparação, pode-se observar que a Alemanha alcançou US$ 44,469 trilhões de PIB em 2017, enquanto o Brasil obteve R$ 6,583 trilhões. As realidades dos dois países guardam óbvias e largas distinções, a começar por estatísticas desse porte.

Há diferenças significativas, por exemplo, na distribuição de renda e no acesso a direitos coletivos na Alemanha e no Brasil. Elementos como saúde, educação, transporte, empregos e moradia são, reconheça-se, padrões de aferição de equilíbrio social. No entanto, existem algumas similaridades no contexto macroeconômico, a exemplo de posicionamentos frente à guerra comercial que divide Estados Unidos e China e que vem abalando estruturas e projetos de gestão no mundo todo. O quadro, evidentemente, afeta tanto a Alemanha quanto o Brasil.

O conjunto de dados exposto pelo IBGE ressalta, ainda, que o consumo das famílias cresceu 2,1% no período, após dois anos consecutivos de queda. Já a despesa de consumo final do Governo caiu 0,7%. Observe-se que no Brasil a agropecuária registrou crescimento de 14,2% no ano de 2017 e que, enquanto o campo esbanjou melhorias naquele período, a indústria amargou a quarta queda anual consecutiva (-0,5%).

Mas é possível também observar esses arranjos de números por ângulos políticos. Afinal, as conexões entre as vias econômicas e políticas são, sob muitas concepções, indissolúveis. E é mesmo natural que seja assim, dados os impactos que ambas as atividades têm no cotidiano dos cidadãos, uma repercutindo na outra e vice-versa.

Casas legislativas distintas já presenciam abordagens sobre o tema nos plenários e em comissões. No Ceará e em outros estados, as apreciações variam do otimismo exacerbado, por parte de governistas, ao reducionismo frio, de acordo com os oposicionistas. A proximidade do ano eleitoral serve para esclarecer eficientemente as retóricas.

O importante para o cidadão, levando em conta que ambos os tipos de apreciação têm suas razões e seus fundamentos, é manter equidistância e buscar leituras técnicas e desapaixonadas. Aprofundar avaliações com base em dados históricos também há de ser uma medida interessante, pelo menos como formulação de questionamentos e na estimativa de respostas.

De outra forma, corre-se o risco de se borrar a precisão. E precisão é critério sem o qual não se pode avançar.


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