Drogas, STF e ativismo judicial


Um tema para lá de grave consta da pauta do Supremo Tribunal Federal (STF): a descriminalização da maconha. É provável, muito provável mesmo, que o resultado seja oposto à vontade popular - o povo não deseja um Estado leniente com o consumo de entorpecentes.

Mas o ativismo judicial não está nem aí para o sentimento da sociedade. Creio, amigo leitor, que o motivo real para este julgamento não é a descriminalização do consumo de pequenas quantidades de maconha.

Este é apenas o pretexto, o primeiro passo, o Cavalo de Troia de uma engenharia de costumes muito maior: a legalização; e não apenas da maconha, mas de toda a sorte de entorpecentes.

Existe uma agenda mundial para a naturalização do consumo de drogas. 

E o STF, infelizmente, está alinhado com a perversa estratégia global. A glamourização das drogas, no entanto, bate de frente com a realidade concreta. A pacata capital uruguaia vive dias de tensão depois que o Governo anunciou que o número de homicídios no País cresceu 66% na primeira metade de 2018 em relação a igual período do ano anterior. Também subiram os registros de furtos a domicílios e de assaltos à mão armada.

Segundo as autoridades locais, 40% desses delitos estão relacionados a conflitos entre gangues do crime organizado. Para o ministro do interior, Eduardo Bonomi, "o aumento da violência é resultado do aumento dos enfrentamentos de gangues, muitas ligadas ao tráfico de drogas".

Caso adotássemos os princípios defendidos pelos lobistas da liberação, o Brasil estaria entrando num atalho perigoso.

Qualquer mudança no tema das drogas só terá legitimidade no âmbito do Congresso Nacional. É lá, e não no Supremo Tribunal Federal, que a sociedade brasileira está representada.

Carlos Alberto Di Franco
Jornalista


Assuntos Relacionados