Divergências entre poderes

Pela relevância de que se reveste, a proposição alusiva à Reforma da Previdência há suscitado alguns embates entre os Poderes, exigindo articulações hábeis, destinadas à ultrapassagem de incompreensões, para isso, atuando pacificadores abalizados, na busca de um reentrosamento imediato, que não obstaculize o andamento de projeto vital ao equilíbrio das finanças públicas.

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia empenha-se para resguardar as prerrogativas da Casa que dirige, com ele próprio tentando, junto ao Executivo, suplantar descontentamentos que possam comprometer o trâmite de matéria fundamental para a área econômica, entregue à clarividência do ministro da Economia, Paulo Guedes, e a do secretário de Previdência, Rogério Marinho, todos ciosos de que não se pode perder tempo na aprovação de uma iniciativa que vem sendo procrastinada, desde a gestão do antecessor no Planalto, Michel Temer, que – justiça se lhe faça – tentou viabilizar o novo roteiro legal, inadmitido pela Câmara, em que pese o trabalho do então relator Arthur de Oliveira Maia, cujo parecer chegou a ser apontado como repositório de aspirações legítimas, assim considerado por aqueles diretamente interessados na rumorosa pendência, ainda perdurante, após três anos de incessantes discussões, englobando os dois Poderes e entidades representativas da grande massa de beneficiários.
Embora os situacionistas entendam que a formulação, ora submetida ao Parlamento atenda aos anseios gerais, carece de ajustes inevitáveis, que não venham a desfigurar as linhas mestras da polêmica proposta.

Há quem prognostique que, até junho, haverá o almejado deslinde dessa demanda, dando fôlego ao Governo para consignar uma vitória capaz de readequar, gradualmente, o Orçamento Federal.

É o caso de reprisar o adágio popular, segundo o qual “a pressa é inimiga da perfeição...”.


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