De pai para filho

As relações nas empresas com predomínio familiar podem se revelar críticas por conta dos naturais vínculos que nela afloram. Estudos sobre o tema sinalizam que as causas do insucesso são provenientes das deficiências do processo de sucessão nessas organizações.

A história empresarial nativa é rica em exemplos que comprometeram suas trajetórias, em virtude de avaliações equivocadas, destruindo o patrimônio acumulado que, aos menos avisados, parecia impossível. Não são outras as razões dessas relações que merecem redobrada atenção, no sentido de que as transações emocionais, próprias do ambiente familiar, não contaminem o comprometimento da missão, valores e visão, que devem dar sustentação ao destino das empresas.

É a passagem do negócio aos seus herdeiros, o aspecto mais sensível à longevidade do empreendimento. Na prática, esses eventos nem sempre acontecem como deveria.

Chegado o momento de passar o comando, os fundadores não se sentem confortáveis e até resistem fortemente. Não são levadas em consideração, os conflitos no relacionamento entre pais e filhos, igualmente, a vocação e aptidões para o exercício da gestão do negócio.

Outro fator inibidor - via de regra, é a falta de hábito dos familiares exercitarem o papel de quotista, reunindo-se sistematicamente, para cuidar do desempenho e, pensar a empresa, estrategicamente.

Naturalmente, ao criarem seus negócios, desejam que os descendentes venham a sucedê-los, contudo, não se cuida, com a tempestividade devida, de prepará-los para o importante papel a desenvolver.

Cláudio Montenegro
Administrador