Critérios mais rígidos

O crescimento exponencial de vagas de graduação na área do Direito, sem uma análise cautelosa dos critérios para a liberação de novos cursos vem gerando preocupações no meio jurídico.

Atualmente existem mais de 1.500 cursos de Direito no País, com mais de 888 mil matrículas. Apenas de janeiro de 2018 a abril de 2019 foram criadas 16% do número total de vagas abertas no País.

A Escola Superior de Advocacia do Ceará (ESACE), entidade responsável pela capacitação e aperfeiçoamento profissional da advocacia, observa com extrema preocupação o exponencial crescimento e defende a necessidade de um controle mais eficaz e criterioso por parte do Ministério da Educação (MEC) na liberação desses novos cursos.

A falta de critérios mais rígidos e controle do ensino que vem sendo oferecido nessas instituições está refletindo diretamente na qualidade dos operadores do direito que são inseridos no mercado de trabalho.

Não custa lembrar que os profissionais do direito defendem diretamente os valores mais caros para a sociedade, como a liberdade, o direito à vida, o patrimônio, os direitos sociais, dentre outros.

Além disso, esse crescimento desenfreado vem impactando também na alta reprovabilidade no Exame da Ordem, avaliação que busca estabelecer padrões mínimos de capacidade, conhecimento e práticas necessárias para o exercício da advocacia, o que se traduz em uma alta taxa de frustração desses profissionais no momento imediatamente posterior ao término do seu bacharelado.

É preciso que os órgãos competentes entendam a importância de garantir um ensino de qualidade, para que esses futuros profissionais, que saem das universidades e faculdades, estejam devidamente qualificados para ingressarem no mercado de trabalho e executarem de maneira ética o seu papel na defesa dos interesses e dos direitos da sociedade.


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