Ao fazer uma avaliação acerca dos dados da arrecadação estadual, neste ano, o secretário da Fazenda, Mauro Filho confirmou, mais uma vez, a Região Metropolitana de Fortaleza como a principal fonte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Ele destacou ainda mudanças visíveis, desencadeadas em regiões interioranas, especialmente no Centro-Sul e no Centro do Ceará, onde a pujança econômica começa a dar sinais de sua força.
Mas essa constatação pode ser estendida também para a região Norte, onde Sobral concentra um volume expressivo de investimentos públicos, irradiando efeitos positivos sobre as cidades dos Vales do Acaraú e do Coreaú e da Serra da Ibiapaba. Sobral, particularmente, encontra-se transformada num canteiro de obras, com o trabalho de empresas de pequeno porte, prestadoras de serviços e mão de obra atraída pelo seu volume de obras públicas e pelas novas indústrias ali instaladas em decorrência desse ciclo de progresso.
No Crato, na região metropolitana do Cariri, a realização, no decorrer da semana, do I Colóquio Sociedade, Políticas Públicas, Cultura e Desenvolvimento possibilitou à professora Tânia Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco, fazer um diagnóstico econômico capaz de sensibilizar as lideranças regionais para a retomada do processo de desenvolvimento econômico. Aos gestores municipais, recomendou: "A região tem potencialidades pulsantes que poderão se fortalecer como polo econômico, de saúde e de educação."
Como embaraços a seu desenvolvimento, a economista apontou a falta de técnicos permanentes em gestão pública e a ausência de um aeroporto capaz de atender à demanda de voos para impulsionar o turismo religioso e científico. Por último, destacou: " Não há como pensar o desenvolvimento da região metropolitana do Cariri de forma isolada, por cidade, mas envolvendo o conjunto de suas peculiaridades de forma integrada." Essa correção de rumo se faz necessária para somar as potencialidades dispersas.
O significado econômico pode ser medido pelo crescimento de Juazeiro do Norte, a maior cidade regional, cujo Produto Interno Bruto (PIB) quase triplicou nos últimos cinco anos, passando de R$ 670 milhões para R$ 1,9 bilhão. As demais cidades, especialmente as cinco outras integrantes da área metropolitana do Cariri, contam com potencial para desencadear mudanças significativas no seu perfil econômico. Faltam apenas instrumentos indutores e líderes influentes.
O colóquio regional motivou o Cariri a promover, em breve, um seminário durante o qual suas potencialidades serão avaliadas à exaustão, e a retomada do desenvolvimento regional transformada em compromisso público por suas lideranças políticas e econômicas. Juazeiro do Norte vem crescendo à conta da iniciativa privada, por ser o maior mercado consumidor do sul do Estado. As demais cidades poderiam juntar-se a essa escalada de crescimento disponibilizando seus recursos naturais, mão de obra e as oportunidades de negócios favorecidas pelas correntes de peregrinos que, a cada ano, desembarcam em Juazeiro três milhões de visitantes.
