Compromisso com a segurança

O Brasil chega ao último trimestre de 2019 ainda vivendo a maior crise econômica de sua história. Consequência desse desastre econômico brasileiro está a elevada taxa de desemprego do País, que, segundo os últimos levantamentos, atingem aproximadamente 13 milhões de pessoas, e só não é maior por conta da informalidade. Diante desse cenário, o Congresso Federal opta por fechar os olhos para um setor que emprega mais de meio milhão de trabalhadores e que está pronto para gerar novas vagas: o segmento de segurança privada.

Entre as promessas vazias está a do senador Randolfe Rodrigue (Rede/AP), relator do projeto, que chegou a assumir o compromisso de encaminhar Estatuto da Segurança Privada (Lei nº 7.102/83) no Senado, algo que não aconteceu. Essa paralisia inexplicável, além de impedir negócios, geração de empregos e a retomada do crescimento, expõe a segurança da população, diante de situações do século XXI, a um regramento do século passado.

Recentemente, a segurança privada se viu diante de uma crise de imagem. A revelação de vídeos que mostram seguranças de um supermercado da cidade de São Paulo torturando supostos criminosos chocou o País e foram necessários vários dias para a imprensa compreender que aquilo não se tratava de um serviço formalizado, mas sim de um serviço clandestino de segurança. Uma situação que poderia ter sido evitada, uma vez que o Estatuto prevê punições rigorosas em casos do tipo.

A inércia do Parlamento já fez com que aproximadamente 100 mil postos de trabalhos fossem fechados no setor desde 2014. O faturamento das empresas também caiu, o que gera menor arrecadação para o governo. Apesar disso, as empresas de segurança privada do Brasil estão prontas para abrir 172 mil vagas de vigilante em todo o País. Basta aprovar da Lei nº 7.102/83 e pôr fim a um atraso de décadas que tanto prejudica os brasileiros.

Urubatan Romero

Presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Cear