Catástrofes brasileiras

A vida nos traz fatos das mais diversas espécies, uns reputados alvissareiros, outros, em grande número, verdadeiras adversidades. Originam-se da própria materialidade da vida, dependentes de comandos indecifráveis. Não há como dispensá-los. A atuação das sociedades de diversos países, integrantes do globo terrestre é que tem a responsabilidade, intransferível, de vigiar sua inserção no mundo. Nada, portanto, a justificar contemporização com o que, delas, se conceituar sortilégios.

Não é de hoje que, falando-se de Brasil, tem-se observado as consequências dos descuidos da administração pública quanto às causas de situações adversas, que têm maculado a nossa sociedade; tornando indeléveis suas marcas. Injustificável, pois qualquer argumentação que não comprove ter sido evitado efeito dessas situações.
Aí estão, recentemente, o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), e o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho (MG). Por evidente, nem sempre, se consegue evitar fatos que tais. Mas, por outro lado, não é dado aos órgãos encarregados desses cuidados ter qualquer tipo de negligência quanto à sua manutenção, de forma a não contribuir, mesmo culposamente, para essas ocorrências.

Estarem os administradores dessas atividades numa situação de verdadeiro plantão para, em havendo algum desses desastres, vir a público – como se tem visto – afiançando pagamento de mínimas indenizações às famílias desabrigadas e enlutadas, e mesmo lhes afirmando apoio irrestrito é, além de descaso às leis específicas, comprovação cabal de que pensam que esses fatos dispensam a significação esperada, como deveria em coisas do tipo. Ações humanas, quando previdentes e obedientes às leis, suprimiriam pálidas justificativas, ofertando à sociedade incondicional e respeitoso cumprimento de seus deveres. A pretensão social não vai além, saibam os gestores. 


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