Ato pela adoção

A falta de contratação de novos funcionários, a não realização de concursos e a redução por aposentadorias de profissionais que compõem a equipe técnica do Setor de Cadastro de Adotantes e Adotandos do Fórum Clóvis Beviláqua compõem um retrato cruel de como a Infância e Juventude vêm sendo tratadas. Se com seis profissionais já existia uma incapacidade de cumprimento dos prazos para que processos acontecessem a contento, agora, com apenas três, o cenário se agrava. Essa realidade impacta na permanência das crianças que aguardam nos abrigos o tempo de serem filhos.

O prazo máximo de um ano e meio nos abrigos não é respeitado. O abrigamento prolongado é um fato que fere o que diz o ECA e sufoca as esperanças de pequenos cearenses que esperam ansiosos pelo convívio familiar. O curso de habilitação de pretendentes à adoção que aconteceria em agosto foi cancelado. O tempo de habilitação que deveria durar seis meses, alonga-se. Os apadrinhamentos estão empacados. Não há como fazer acompanhamentos das entregas legais e nem fazer com que prazos sejam cumpridos. Houve um aumento no número de adoções nos últimos cinco anos e não houve um aumento no investimento nessa área.

O que se cobra com esse artigo e com o Ato Pela Adoção, ocorrido no dia 10 de agosto, em frente ao Fórum Clóvis Beviláqua, é que se garanta a prioridade a crianças e adolescentes.

O que se exige é que a equipe do Setor de Adoção exista em número e capacitação para que os processos aconteçam e que cada dia seja um dia a menos que meninos e meninas durmam sem serem filhos e filhas.

Michelle Pascoa
Historiadora