Árvores sacrificadas

Em tempos difíceis para a natureza, preocupa-nos muito a situação da cobertura vegetal de Fortaleza. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a marca ideal de cobertura verde por morador desta cidade seria de 36m², mas a capital cearense mantém, desde 2015, a baixa marca de apenas 8m² de área verde por habitante, quando o mínimo desejado seria já de 12m². Com a política de alargamento de avenidas, adotada pela Prefeitura desde o primeiro mandato da atual gestão, perdemos ainda mais árvores, sem que tenha ocorrido, visivelmente, a reposição das plantas sacrificadas, inclusive árvores antigas, de grande porte. Lembremo-nos, por exemplo, do alargamento das avenidas Santos Dumont e Dom Luís, no primeiro mandato do atual prefeito. Divulgou-se, à época, que as árvores ali existentes seriam retiradas e replantadas noutros locais, fato que não se realizou, pois a população não visualizou ou teve, pelo menos, conhecimento dos locais onde essas árvores removidas teriam sido supostamente replantadas. Em fevereiro último, 50 árvores adultas foram retiradas da Avenida Beira-Mar, como parte do projeto de requalificação turística da orla. Agora mesmo, já se registra outro movimento em defesa de novas árvores igualmente ameaçadas de devastação na mesma área. Fortaleza pretende atrair turistas a todo custo, mas depreda e despreza criminosamente sua já precária vegetação! Esta cidade não aprende mesmo a respeitar a natureza, o que é, no mínimo, muito triste!

Assim agindo, a Prefeitura e suas regionais acabam incitando o mau costume de muitos fortalezenses que costumam plantar mudas em suas calçadas e, tempos depois, cortam-nas já adultas, sem qualquer tipo de punição. Nesta cidade fortemente ensolarada, campanhas deveriam ser fomentadas para incentivar as pessoas a plantar e conservar suas árvores! Mas, na prática, nada se vê neste sentido. A cidade perde, de todas as maneiras!


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