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O Brasil no Segundo Turno

Neste Brasil em que as estações se resumem a sol, frio choco, chuva, secas e enchentes, discussões ideológicas são piadas. Como é e será piada o bate-boca acerca do que é ou o que não é a grande empresa nacional, se não assistida com o dinheiro dos incentivos fiscais, da opulência do Sistema "S", dos generosos BNDES e bancos públicos.

Sem entender de música erudita, faço analogia entre "A Constituição da Primavera", de Ulysses Guimarães e a obra musical "A Sagração da Primavera", de Igor Stravinsky. A obra deste foi recebida como escândalo quando da estreia na primavera de 1913, em Paris. Sua força passou a influir na postura cultural da época e mexeu com as classes dominantes. Estupefatas, ouviam-na no Teatro dos Campos Elísios.

O espanto prendia-se ao próprio conteúdo da peça musical composto de duas partes. A Constituição também tem duas partes (antes e depois). Completou 30 anos.

Voltemos a Stravinsky: A primeira é a adoração à terra (atuação do MST?), em que é descrito o renascimento da natureza (o resgate da cidadania?), os augúrios da Primavera: o barulho dos empolgados ou os desejos (in)confessáveis e as esperanças na democracia, na inteligência artificial, nos fatos ou nos "nerds"?, os jogos de captura (os vaivéns do poder), os dos interesses nas cidades, a procissão do sábio: Ulysses e o séquito de puxas.

Stravinsky e analogia à parte, o brasileiro vive a dança do sacrifício faz tempo. Agora, com a Lava Jato, penitencia-se a insensatez coletiva a permitir - ou punir - a reeleição de alguns corruptos e os maquiavelicamente geniais.

Vitórias a comemorar? Não se sabe ainda como o futuro presidente reagirá aos direitos, encargos e diretrizes das cláusulas pétreas da Constituição nos próximos anos. O Segundo Turno das eleições não pode ser debate vazio. Olhos e ouças atentos.

João Soares Neto
Escritor

Dia do Engenheiro Agrônomo

Em 12 de outubro de 1933, o então presidente da República, Getúlio Vargas, decretou a regulamentação da profissão do engenheiro agrônomo. Desde a concepção desta profissão, lhe foi atribuída a missão de levar ao homem rural, notadamente, tudo que diz respeito às ciências agrárias, com amplo espectro, envolvendo principalmente a soberania e segurança alimentar e nutricional, nos âmbitos da agricultura e da pecuária, com preservação e conservação ambiental.

A gama de atributos cabida leva-nos a crer que o engenheiro agrônomo é o grande responsável pela produção de alimentos de origem animal e vegetal, produção esta superior às demandas do crescimento populacional, graças ao avanço tecnológico, empreendedorismo, inovação, sustentabilidade, competência e responsabilidade social.

A transição para a sustentabilidade do rural é entendida e conduzida como parte estruturante para assegurar o crescimento econômico com conservação dos recursos naturais e da capacidade produtiva dos ecossistemas.

Em breve, instalar-se-á uma nova administração estadual e com ela seus programas e projetos de governo. Enquanto isso, no Interior do Estado, um grande contingente de pequenos produtores ainda permanece carente de infraestrutura, equipamentos comunitários e assistência técnica. Sem esses recursos é impossível praticar, com qualidade, a agricultura tradicional de sequeiro, a irrigação descentralizada e a pecuária extensiva de grandes e pequenos animais, sem esquecer a pesca artesanal nos açudes públicos.

Esperamos que o e governador reeleito insira fortemente o mundo rural no novo programa governamental. A Associação de Engenheiros Agrônomos do Ceará, disponibilizará ao novo governo, um conjunto de propostas que valoriza os profissionais da área.

José Flávio Barreto de Melo
Presidente da Associação de Engenheiros Agrônomos de Ceará


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