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Berço da insulina

Banting House National Historic Site of Canada, 442, Adelaide Street North, London, Ontário. Casa onde nasceu Frederick Grant Banting (1891 - 1941), descobridor da insulina, hormônio responsável em reduzir a glicemia, transformada em museu desde 1984. A descoberta da insulina datada de 27 de julho de 1921, quando a Diabetes mellitus, enfermidade causada por carência de uma proteína, não possuía controle e matava milhões de pessoas.

Banting e seu auxiliar Charles Herbert Best (1899 - 1978) conseguiram isolar a proteína, encontrando a insulina que, aprimorada, um ano depois passou ao fabrico em série.

Major-médico durante a Primeira Guerra Mundial e professor da Universidade de Toronto depois, em 1923, foi laureado com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, honraria também consignada a Charles.

No Museu, encontra-se seu instrumental científico, laboratório, armário de remédios, escrivaninha, instrumentos profissionais, documentos das experiências, mobiliário do quarto, afora pertences outros.

Fotografias, inclusive de sua turma acadêmica, o diploma e insígnias (Cruz Militar de Guerra, réplica do Prêmio Nobel, medalhas honoríficas e o título de Sir, concedido pela Coroa Inglesa). Como artista plástico, suas pinturas em óleo e entalhes em madeira registrando cenários canadenses encontram-se em exposição destacada.

Em 07 de julho de 1989, a Rainha Mãe inaugurou e acendeu a Chama da Esperança, em monumento de granito de ônix, na frente da Casa, e a estátua de Banding no jardim.

O desejo é chegar o dia em que a chama será apagada, pois marcará o achado da cura da diabetes, sonho atual de 415 milhões de afetados no mundo e, destes, 14 no Brasil, segundo a OMS. Sensibilizante fez-se visitar, com meu neto Luca, aquele marco histórico da humanidade - o Berço da Insulina - e ouvirmos narrativas do senhor Grant Maltman, dedicado curador.

Geraldo Duarte
Advogado e administrador

Somos "doze"

Inevitável a evocação de músicas e símbolos natalinos quando da aproximação de cada mês de dezembro. Vem-nos à mente a simbólica, "Então é Natal", quase como um mantra embalada pela voz de Simone.

Por isso, chamou tanto minha atenção um filme sobre o tema que assisti em pleno mês de agosto. Inusitado tanto pelo período como pela abordagem. Trazia uma riqueza de detalhes em sua reconstituição de época, sem descambar para chatice das tentativas de dessacralização do Mestre de Nazaré em obras que procuram retratá-lo apenas em seu aspecto histórico.

Muito menos como outras cujas abordagens apologéticas infantis beiram o risível. Esse filme equilibrava os dois aspectos com maestria.

Veio-me à mente a composição dos doze primeiros seguidores daquela pequena seita que se insinuava no seio do poderoso império romano. Acharíamos diferenças em todos eles, mas por falta de espaço, foquemos nossa atenção em dois, Mateus e Simão, o zelote.

A seita dos zelotes acreditava que a utilização da luta armada seria a única forma de libertar o povo judeu do domínio romano. Este Simão fazia parte deste movimento.

Mateus, por outro lado, havia feito composição com o exército invasor e tornara-se coletor de impostos de César. Dois indivíduos com visões tão díspares do mundo, agora unidos por uma causa comum. É a partir dessa consciência que saímos da egoística visão individual, para a familiar, tribal, citadina, nacional até a universal.

Éramos "doze" em 1970, quando cantávamos "noventa milhões em ação" na conquista do tri campeonato no México, ou quando chorávamos a repentina morte de Ayrton Senna; assim como "doze" unidos seremos em tantos outros momentos futuros, apesar das diferenças e fricções que elas eventualmente provoquem.

Ricardo Augusto Dourado
Pós-graduado em Administração