Aos mestres o que é dos mestres

Falar da imprescindibilidade do professor para formação de uma sociedade estruturada em valores éticos e morais já se tornou lugar comum. A lamentar que os que dirigem a Nação teimem em não enxergar.

Quando pensamos em Sociedade do Conhecimento, o docente assume as dimensões de, a um só tempo, ser: o "início", quando, ainda na mais tenra idade das nossas crianças ensina as primeiras bases de sociabilização; "meio", ao estruturar e transmitir os conteúdos fundamental e médio, ensinando o jovem a pensar; e "fim", ao sistematizar o conhecimento em suas várias dimensões do saber.

Sem esforço, logo se percebe a importância dos professores na edificação de uma grande conjunção social. Pobreza e desigualdade são as marcas mais visíveis da sociedade brasileira. Mais grave do que a indigência monetária, de que padece a maioria da população, é a míngua histórica do saber, pela ausência de uma educação de qualidade para as crianças.

O Brasil cultiva a tradição malsã de jamais haver priorizado a educação como alicerce para o desenvolvimento da nação. Depois das crianças e adolescentes, as vítimas imediatas são os professores. Estes são apenados duplamente, pois além de não disporem de uma rede de ensino adequada para melhor exercerem o nobre ofício de educar para a cidadania, não são valorizados.

Por não priorizar a educação, o Brasil jamais constituiu um sistema de ensino capaz de dotar o País das necessárias condições para atingir o "salto de qualidade", indispensável para a formação das crianças e adolescentes, visando sua inserção no mercado de trabalho, e superação da pobreza e as desigualdades sociais.

Diante de uma realidade tão perversa, apelamos aos recém-eleitos que priorizem os professores, pois deles depende a construção do Brasil que queremos.

Roberta Vasques
Advogada e professora de Direito Constitucional na Unifor