Anjos de quatro patas

Existem frases que definem com propriedade o sentido de amizade e fidelidade que os cães têm para com as pessoas. Machado de Assis, por exemplo, certa vez disse que “são felizes os cães, que, pelo faro, descobrem os amigos”. Em um momento do filme “Marley e Eu” (2008), baseado em livro homônimo de grande sucesso, diz o narrador: “Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são, por dentro. Dê seu coração a ele, e ele lhe dará o dele”. E há ainda uma outra, bem popular, que diz: “Prefiro um cachorro amigo a um amigo cachorro”. São muitas as maneiras de descrever esses amigos de quatro patas. Para amar-nos, dar-nos todo o seu carinho, dedicação e atenção, jamais precisarão de símbolos de status ou roupas de marca. Presenteiam-nos a todo momento com gestos de alegria, de entrega, de desinteressado companheirismo. Não falam, mas têm um olhar sereno, doce, que cativa de imediato todo aquele que tem, no fundo de seu coração, um mínimo de sensibilidade para com esses lindos animais.
Convivi, durante mais de 15 anos, com um desses amigos. Chegou em nossa casa, com um mês de vida. Logo nos conquistou com sua maneira de brincar, de saltar, de correr pela sala como se brincasse de “pega-pega” conosco! Acompanhou , desde crianças, o crescimento de meus dois filhos. Ralf era seu nome. Como acontece à maioria dos cães, defendia seu território e logo latia quando se deparava com alguém estranho à rotina da casa ou via algum gato – o “inimigo número um” da espécie – a desfilar sobre o muro. Dedicamos-lhe sempre muito carinho e curtimos cada momento ao seu lado, mesmo depois que adoeceu, por conta de um câncer. Assim foi, nos últimos quatro meses, até que partiu, há alguns dias, deixando entre nós muita emoção e saudade. Se você, leitor, possui gatos ou cães, em especial, ame-os muito! São os “anjos” que Deus nos envia para que sejamos melhores. Pense nisto.


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