Andanças 30 anos

Fevereiro, almoço à mesa. O encontro marcado pelo desejo | possibilidade de trabalharmos juntas. O tempo de navegação da Cia. da Arte Andanças, 30 anos em 2021, emerge na conversa. Proposição inicial: fazer um livro. Leitoras que somos, começamos a migrar, ora de olho na bússola, ora à deriva. 
Uma semana depois, as primeiras anotações lidas à mesa, esse dispositivo de acolhida|escuta|alimentação. Os mundos vividos|gerados|tocados pelo Andanças como um acervo a ser trabalhado como o que é o mote, feitio e modo de operação da companhia: invenção|partilha públicas da alegria. Em movimento: fazer do acervo um arquivo acessível, acessável e vivo feito um corpo que dança. 

Fazemos, então, agora um primeiro convite. Um convite aberto é como uma garrafa jogada ao mar. Nunca sabemos quem vai encontrar, se vai ler, se vai responder. Mas por vezes o ato de jogar a garrafa dispensa a resposta, porque o gesto se justifica na própria ação. Jogar a garrafa é lançar-se também ao mar, permanecendo em movimento. A garrafa é o corpo, o mar é o mundo. E na deriva surgem os encontros.

Eis aqui um convite-garrafa-corpo, lançando-se à deriva: Andanças 30 anos – 2021. Pensamos em contar nossas histórias, criando um processo-dispositivo ao mesmo tempo cutucador da memória, ativador de afetos e provocador de ajuntamentos. O modo de fazer sendo parte do feito, desenhando um roteiro a partir de itinerários que se constituirão usando a cidade para além dos usos que a dança faz. Ou, como modo de existir, ir dançando a cidade para além do que contam, as narrativas. 

A conversa é infinita. E nela fabularemos com o Desejo. O passado aberto ao porvir. Por isso e sobre isso nossa primeira sessão pública acontece hoje, 22 de maio, 14h30, no Plebeu Gabinete de Leitura, acervo cultivado há mais de 30 anos pela Profa. Adelaide Gonçalves e, desde 2012, no Centro de Fortaleza (ACI, Floriano Peixoto, 735). Sinta-se convidada/o ao encontro! 


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