Acolhimento e adoção

Entre abandono e desencontros, histórias de adoção são comoventes e enriquecedoras. O afeto é o que pode transformar. Por isso, é preciso abrir os olhos para os transtornos de quem quer adotar e de quem espera por uma família.

O carinho e cuidado que as equipes de entidades de acolhimento institucional têm com as crianças e adolescentes perpassam as fragilidades e entraves do processo de adoção. Contudo, os desafios encontrados para quem busca adotar nos faz repensar no porquê de tanta espera. Um dos impasses da adoção é a idade. As instituições de hoje abrigam muitos adolescentes, que sofrem na fila à espera por uma família: este perfil compreende um dos índices de menor procura.

É necessário reforçar o suporte emocional para estes meninos e meninas. Ampliar e estruturar o atendimento dos órgãos que compreendem o Sistema de Garantia de Direitos, assim como integralizar os Centros de Referência de Assistência Social com os Centros de Referência Especializado de Assistência Social, seriam importantes passos para isso. Investir na capacitação continuada de profissionais que lidam com a realidade destes acolhimentos também é uma iniciativa que merece mais atenção do poder público. Além disso, estimular a sociedade e fazê-la ter conhecimento dos programas de Apadrinhamento Afetivo e Adoção pode reforçar o debate sobre a celeridade destes casos.

O tempo que transcorre até que a criança seja levada para o lar adotivo é variável no Ceará, sempre superior ao que o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê. A aproximação é gradativa. Além de criar e estimular a manutenção de vínculos afetivos com os apadrinhados, o apadrinhamento amplia as oportunidades de convivência familiar e comunitária e viabiliza mecanismos para restabelecer o vínculo com a família natural.

Nossas crianças merecem uma chance de vida com mais afeto. Todos devemos estar engajados para que o acolhimento institucional seja um breve – bem breve – períodos na vida delas.


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