Abertura comercial

O presidente Jair Bolsonaro já relevou seu objetivo de situar o Brasil entre os 50 melhores países para negócios. A abertura comercial favorece a produtividade. Entre os mecanismos dessa relação estão o acesso a insumos básicos e bens de capital, a difusão de inovações, a pressão competitiva, a redução da incerteza sobre políticas comerciais futuras e inserção em cadeias globais de valor.

Mas há riscos. O Governo quer propor reduções unilaterais de tarifas de importação em um momento de acirramento do protecionismo. Negociar com os parceiros seria estratégia superior. Além disso, o processo de integração tem custos maiores para economias com liberalização comercial tardia, como o Brasil.

O Índice de Vantagens Comparativas Reveladas de Exportações (IVCRE), que estima os segmentos com melhores chances de vendas ao mercado internacional, mostra que produtos básicos e semimanufaturados têm posição mais favorável. Já o Índice de Vantagens Comparativas Reveladas de Importações (IVCRI), que avalia o comportamento de itens importados em relação aos nacionais, aponta que produtos estrangeiros levam vantagem em químicos, plásticos e borrachas, bens intermediários e óleos.
Combinando os índices, os setores mais vulneráveis à abertura são transportes, calçados, pedras e vidros, bens de capital, têxteis e roupas, máquinas e eletrônicos e bens de consumo.

Há formas de mitigar riscos e potencializar os benefícios. Acordos de comércio e de investimentos favoreceriam a internacionalização de empresas brasileiras. Depois, precisa-se melhorar a eficiência do Governo e o ambiente de negócios, contemplando menor tempo para abertura de empresas, facilidade para obtenção de alvarás e autorizações, simplificação dos impostos e contribuições e diminuição da burocracia para o registro de propriedades, entre outras medidas.