A verdade é o remédio

Os bastidores do mercado de remédios são algo assustador e merecem reflexão do leitor, pois se trata de uma indústria bilionária e que não para de crescer - em 2002, faturou U$$ 400 bilhões de dólares (Angell, 2010). O ex-presidente dos EUA, George W. Bush, o pai, era diretor do gigantesco laboratório farmacêutico Eli Lilly, mas poderia ser coincidência, porém, o ex-diretor de orçamento da Casa Branca, Mitchell E. Daniels Jr. era vice-presidente sênior da Eli Lilly; e o ex-secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld era diretor presidente do laboratório G. D. Searle - hoje Pfizer. Os laboratórios farmacêuticos jogam pesado para chegar aos objetivos e há uma rede de corrupção e de promiscuidade, em que, até artigos pseudocientíficos para legitimar e propagar as vendas dos remédios, podem ser "comprados" de cientistas (!). Os laboratórios farmacêuticos sempre dizem que seus preços são altos por conta dos custos, principalmente o P&D (pesquisa e desenvolvimento), mas gastam mais é com marketing e "mimos" para os médicos e toda a rede interligada. O Prozac, aprovado em 1987, pelo FDA - Food and Drug Administration dos EUA-, chegou a ser tido como um "milagre" no tratamento da depressão e o laboratório Eli Lilly explodiu suas vendas, mas em agosto de 2001, o Prozac perdeu sua patente e foi substituído pelo genérico fluoxetina cerca de 80% mais barato, sugerindo que os lucros dos laboratórios são astronômicos. A fabricante do Prozac modificou-o, por causa da patente perdida, e transformou-o no Safarem para combater sintomas pré-menstruais, mas com preço bem mais alto, o que levou as mulheres a se sentirem enganadas quando descobriram. Fabricantes de remédios para hipertensão arterial, na calada da noite, anunciaram que há pré-hipertensão arterial quem tem pressão de 120 por 80 e 140 por 90, ampliando assim, o universo de usuários desses remédios sem nenhum estudo sério. A psiquiatria hoje está a serviço da indústria farmacêutica sem qualquer remorso e os remédios prescritos, além de causarem efeitos colaterais, apenas "controlam" os sintomas...

Psicanalista